sexta-feira, 29 de junho de 2012

O destino dos brasileiros escolhidos no draft da NBA

Por Milena Antunes
De Mogi das Cruzes

Oscar Schmidt é considerado o melhor jogador brasileiro de todos os tempos. Tem uma carreia cheia de conquistas, mas nunca jogou na NBA. Não foi por falta de oportunidade. O “mão santa” foi o primeiro do país selecionado do draft. Em 1984, ele foi a escolhido na posição 131 pelo New Jersey Nets, e recusou a proposta para jogar na equipe. Sempre que é perguntado sobre o assunto, ele justifica que a escolha foi feita por causa do salário. Na época, Oscar jogava na Itália, e como receberia menos para atuar nos Estados Unidos – os salários não eram tão altos como hoje – preferiu ficar na Europa.

Rolando teve passagem rápida pelos Blazzers
Com a recusa de Oscar, o primeiro brasileiro a atuar na NBA foi Rolando Ferreira. O pivô foi a 26ª escolha no draft de 1988 pelo Portland Trail Blazers, e teve passagem bastante discreta. Na única temporada em que atuou nos Estados Unidos, Rolando disputou 12 jogos, e acertou apenas um arremesso em 18 tentativas. Por causa do rendimento baixo, o pivô saiu da liga americana e voltou ao Brasil.

Depois de Rolando, foram 14 anos sem brasileiros selecionados no recrutamento. Apenas em 2002, Nenê Hilário, quebrou essa seqüência. Mesmo pouco conhecido no país, o pivô era bem cotado, e foi draftado pelo New York Nicks na sétima escolha. Já na NBA, ele foi trocado com o Denver Nuggets, onde teve boas atuações, e ajudou a equipe a chegar aos playoffs. Nenê sofreu com contusões e problemas de saúde, e ficou ausente por algum tempo na NBA. Ele retornou para o time de Denver em 2011, e foi trocado neste ano com o Washington Wizards, sua atual franquia.

Nos anos seguintes à escolha de Nenê, o Brasil teve jogadores draftados por dois anos seguidos. O primeiro foi Leandrinho, em 2003. O ala-armador foi a 28ª escolha pelo San Antonio Spurs, e foi trocado com o Phoenix Suns Lá, ele atuou até 2010. Manteve boas médias, e ganhou, inclusive, o prêmio de melhor sexto homem na temporada 2006/07. Em 2001, o jogador foi para o Toronto Raptors, e atualmente está no Indiana Pacers.

Babby foi a oitava escolha pelo Raptor, mas não conseguiu
consolidar careira na NBA
Em 2004, foram selecionados, pela primeira vez, dois jogadores brasileiros no draft. Anderson Varejão, 30ª escolha pelo Orlando Magic, e Rafael Babby, 8ª pelo Toronto Raptors. A dupla teve destinos diferentes na NBA. Varejão foi negociado com o Cleveland Cavaliers, e se tornou o primeiro brasileiro a disputar a final da liga americana em 2007. Ele permanece na equipe até hoje. Já Babby teve uma passagem mais conturbada. O pivô era apontado como atleta muito promissor por causa de seu ótimo desempenho na NJCAA e na NCAA. Na franquia canadense, ele teve pouco espaço, e acabou envolvido numa troca com o Utah Jazz. Depois de uma temporada, ele foi para a Rússia, e voltou para os Estados Unidos no ano seguinte. Ele chegou a treinar no training camp do Minnesota Timberwolves, mas foi dispensado antes da temporada regular, e retornou ao Brasil.

Em 2004 e 2005 nenhum brasileiro foi draftado. Em 2006, Marquinhos foi a 43ª escolha pelo New Orleans Hornets. O ala disputou duas temporadas pela franquia. Sem espaço, foi para o Memphis Grizzlies, na época o penúltimo colocado na Conferência Oeste, mas não chegou a ficar nem três dias na equipe, e foi dispensado. No Brasil, Marquinhos voltou a ter boas atuações, é nome certo na seleção brasileira, e fechou contrato com o Flamengo para a próxima temporada.

Tiago Splitter (branco) e Nenê (azul) foram
selecionados no draft e mantêm carreira na NBA
Em 2007, foi a vez de Tiago Splitter, o último recrutado que permaneceu na NBA. Ele foi a 38ª escolha do San Antonio Spurs, mas aceitou uma proposta financeiramente melhor para atuar na Espanha. Por lá, teve excelentes atuações, e figurou na lista dos melhores pivôs do mundo. Foi MVP na temporada 2010 da ACB, e também o melhor jogador da final, quando sua equipe conquistou o título. Por causa de suas atuações, o pivô recebeu proposta do San Antonio Spurs novamente, e dessa vez, assinou com a equipe e atua desde então na NBA.

No ano de 2010, Paulão Prestes foi selecionado, mas como dito anteriormente, não chegou a disputar a liga americana. Agora é a vez de Fab Melo escrever sua trajetória. 

Brasileiros selecionados no draft

1984 - Oscar Schmidt: 131ª escolha, New Jersey Nets
1988 - Rolando: 26ª escolha, Portland Trail Blazers
2002 - Nenê Hilário: 7ª escolha, New York Knicks
2003 - Leandrinho: 28ª escolha, San Antonio Spurs
2004 - Babby: 8ª escolha, Toronto Raptors
2004 - Anderson Varejão: 30ª escolha, Orlando Magic
2006 - Marquinhos: 43ª escolha, New Orleans Hornets
2007 - Tiago Splitter: 38ª escolha, San Antonio Spurs
2010 - Paulão Prestes: 45ª escolha, Minnesota Timberwolves
2012 – Fab Melo: 22ª escolha, Boston Celtics

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