segunda-feira, 2 de julho de 2012

Atlanta 1996: O que não deu certo para o Brasil?

Por Renata Kelly
De São Paulo

Olivinha marcando ponto para a seleção

Muito se fala sobre a nova seleção olimpíca de basquete masculino brasileiro, que foram dezesseis anos que o país esteve fora do grande campeonato mundial e que os novos atletas possuem grandes chances de alcançar a medalha. Porém, ninguém comenta que por dezesseis anos a Confederação Brasileira de Basquete sofreu muito para encontrar jogadores aptos a modalidade e que aqueles que representaram o país pela última vez tornaram-se profissionais insubstituíveis durante este tempo.

Olivinha, Pipoka, Ratto e Tonico foram alguns nomes que deram liga a seleção brasileira de basquete em 1996, comandada pelo técnico Ari Vidal, atual diretor de basquete do Flamengo.Oscar Scmidth era a estrela do momento, pois além de ser conhecido no país como o "mão santa", somou mais de mil pontos no campeonato, ante nunca registrado na história, virando o "super star" dos norte americanos. Segundo publicações da época, a seleção brasileira tinha a plena consciência de que iria enfrentar equipes mais aptas e preparadas e os jogadores estimavam alcançar o quinto lugar.

"O nosso objetivo é chegar em quinto, o que já seria uma classificação honrosa.Como os EUA já têm o ouro, nossos adversários serão Croácia, Lituânia e Iugoslávia. Se tivermos a felicidade de conseguir derrotar um deles, aí sim, podemos pensar em pódio", disse Oscar em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, às vésperas dos jogos de Atlanta (EUA).

Atuação brasileira - A seleção masculina ficou um pouco abaixo de suas expectativas. O primeiro confronto foi contra a seleção de Porto Rico. O Brasil venceu por 101 a 98. Em seguida, foi derrotado pela Grécia, com o placar de 89 a 87. Depois, perdeu para a Austrália (101 a 109) e a Iugoslávia (101 a 82), e no quinto jogo, enfrentando a Coréia do Sul, conseguiu se classificar para as quartas de final (127 a 97). Enfrentou os Estados Unidos, que venceram por 98 a 75. Depois, disputando o quinto e oitavo lugar, venceu a Croácia (80 a 74), mas acabou perdendo para a Grécia (72 a 91), fincando o sexto lugar.

Oscar Schmidt comemora ponto no mundial
Os relatos dos jogos mostram que o país tinha muita vontade de vencer, tanto que foram poucos os placares de considerável diferença. Nas partidas em que foi derrotado, os brasileiros jogaram bem e esteviram próximos da vitória. Talvez, o espírito de alcançar o quinto lugar tenha contribuído para o resultado. Não foram registrados muito erros nas competições. O fato positivo é que o número de pessoas interessadas na modalidade cresceu em território nacional, devido a exposição dos jogos na mídia. Esta foi a última Olimpíada da seleção e a última do jogador Oscar.

Brasil em Atlanta - Nas Olimpíadas de 1996, o Brasil levou a sua maior delegação esportiva da história.Alguns otimistas, na época, disseram que o país superou as expectativas levando 15 medalhas, sendo 3 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze. Ficamos em 25° lugar, entre os 127 países que participaram da competição. O resultado mostrou que o país tem potencial olimpíco e que se investissem mais nas futuras gerações do esporte, garantiriam a preparação dos novos atletas e dos que continuaram.

Atualizado em 02/07/2012, às 21h30.

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