terça-feira, 10 de julho de 2012

O basquete masculino e o sonho olímpico

Por Ylane Pinheiro
De Campinas

O basquete masculino brasileiro inicia, dentro de alguns dias, uma nova oportunidade de colocar as mãos na tão disputada medalha olímpica. A equipe estréia em Londres dia 29 deste mês, e com essa possibilidade, surgem ideias, expectativas e muitas lembranças.

O basquete foi um esporte de apresentação nas olimpíadas de 1904, e posteriormente incluído oficialmente nas modalidades olímpicas no ano de 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlin, a décima primeira edição dos jogos. Desde então, foram realizadas 17 edições nas quais a modalidade esteve na lista de competições oficiais. A seleção brasileira, por sua vez, participou de 13 dessas edições, tendo como pior colocação o nono lugar por duas vezes (veja tabela). Nas outras 4 das 17 edições, o Brasil não participou por não conseguir a vaga para a competição.

O Brasil nos Jogos

Edição dos Jogos olímpicos
Ano
Classificação do Brasil
 Jogos Olímpicos de Berlin - Alemanha
1936
9 lugar
Jogos Olímpicos de Londres - Inglaterra
1948
3 lugar
Jogos Olímpicos de Helsinki - Finlândia
1952
6 lugar
Jogos Olímpicos de Melbourne - Austrália
1956
6 lugar
Jogos Olímpicos de Roma - Itália
1960
3 lugar
Jogos Olímpicos de Tóquio - Japão
1964
3 lugar
Jogos Olímpicos de Cidade do México - México
1968
4 lugar
Jogos Olímpicos de Munique - Alemanha
1972
7 lugar
Jogos Olímpicos de Montreal - Canadá
1976
Não participou
Jogos Olímpicos de Moscou - URSS
1980
5 lugar
Jogos Olímpicos de Los Angeles - EUA
1984
9 lugar
Jogos Olímpicos de Seul – Coréia do Sul
1988
5 lugar
Jogos Olímpicos de Barcelona - Espanha
1992
5 lugar
Jogos Olímpicos de Atlanta - EUA
1996
6 lugar
Jogos Olímpicos de Sydney - Austrália
2000
Não participou
Jogos Olímpicos de Atenas - Grécia
2004
Não participou
Jogos Olímpicos de Pequim - China
2008
Não participou
Jogos Olímpicos de Londres - Inglaterra
2012
???























A classificação para a edição de Londres foi muito comemorada e trouxe mais expectativas do que nunca. Pode-se dizer que, este ano, a equipe brasileira que vai a Londres, tem uma missão muito importante. Talvez a mais relevante de todas. O basquete masculino, ao contrário do feminino, esteve ausente das últimas 3 edições dos jogos olímpicos, em Sydney, Atenas e Pequim. Há 16 anos o Brasil não pisa em um quadra olímpica e a atual possibilidade é a chance de reabilitação de uma modalidade esportiva que já esteve entre as mais praticadas do Brasil.   

Magnano na preparação da seleção para Londres
O atual grupo é considerado diferenciado, composto por três atletas que atuam na mais importante liga de basquete do mundo, a NBA - Liga Americana de Basquete. Anderson Varejão, Nenê Hilário e Leandrinho Barbosa, três dos melhores atletas brasileiros, não atuaram juntos pela seleção brasileira em competições oficiais recentemente. A vaga olímpica, por exemplo, foi conquistada sem a ajuda dos brasileiros da NBA e a possibilidade de contar com os talentos desses atletas para brigar por uma medalha é única. Além deles, contamos ainda com um armador americano que se naturalizou brasileiro há pouco tempo. Larry Taylor cuidou dos processos burocráticos para garantir que estivesse a disposição do técnico da seleção e foi convocado para ajudar o time do Brasil nas olimpíadas. Para comandar a equipe brasileira, a CBB - Confederação Brasileira de Basquete - foi buscar a ajuda de um técnico estrangeiro com um currículo invejável. O argentino Ruben Magnano iniciou sua carreira de técnico em 1990 e foi vice-campeão mundial e campeão olímpico pela seleção argetina, em 2002 e 2004, respectivamente. Pelo Brasil, conquistou a vaga olímpica depois de um jejum de 16 anos e conseguiu reunir um grupo que tem chances de medalha.

Entenda a classificação

São doze as seleções nacionais que participam dos Jogos Olímpicos, nas competições de basquete. Nesse contexto, duas dessas seleções tem o direito a vagas compulsórias, a equipe do país sede, e a campeã da última edição. Os outros 10 times conquistam suas vagas jogando os campeonatos pré-olímpicos continentais, e o pré olímpico mundial, que serve como repescagem. 

Neste último Torneio Pré-Olímpico das Américas, de onde saíram as seleções que participarão dos Jogos de Londres, classificaram-se as seleções da Argentina e do Brasil, já que os dois primeiros colocados garantem o direito à vaga. A seleção americana, sempre forte adversária, não precisou participar por ter direito compulsório à vaga, já que foi campeã dos últimos jogos olímpicos, em Pequim. 

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