De Mogi das Cruzes*
Quem
assistiu a virada nos últimos dois minutos, que deram ao São José/Unimed/Vinac
o título do Campeonato Paulista em 2009, já imaginava onde a equipe poderia
chegar. Na época, um tabu de 29 anos sem títulos estaduais foi quebrado. Na
última quinta-feira (3), mais de três anos depois da conquista, o São José
conseguiu outro feito inédito – está classificado para as semifinais do Novo
Basquete Brasil (NBB). Até a última edição, os joseenses tinham chegado, no
máximo, até as quartas de final.
No
primeiro ciclo (2008/09), a equipe não tinha uma base muito forte. Sequer
chegou aos playoffs oitavas de final. Terminou a temporada regular em 13º, e
com 15 derrotas consecutivas, passou parte do campeonato na lanterna. Ao todo
foram 7 vitórias e 21 derrotas. O resultado foi ruim, mas ao invés de mudar
tudo, a filosofia do time foi apostar no trabalho que já havia se iniciado.
![]() |
Fúlvio (terceiro à esquerda) lidera
equipe de São José na conquista
do Campeonato Paulista em 2009.
|
Deu
certo. Na temporada 2009/10, o rendimento da equipe dobrou – 13 vitórias e 13
derrotas, além da 7ª colocação geral. Muito dessa melhora no aproveitamento veio
com uma contratação de peso: o armador Fúlvio, que atuava fora do país, voltou
e fez a diferença. Foi o líder na conquista do título paulista, e chegou com a
equipe as quartas de final do NBB, o primeiro playoff dos joseenses na história
da competição. Depois de vencer o Araraquara nas oitavas por 3 a 1, o time caiu
diante do Flamengo, vice-campeão naquele ano por 3 a 0.
Apesar
da derrota, a inédita participação nos playoffs animou os bastidores do São
José. Os principais jogadores permaneceram. Reforços chegaram. Entre eles, um
jogador que viria a ser a esperança e a tristeza do time – Murilo. O pivô
estava em Minas, e fez um bom início de temporada no Vale do Paraíba. Mais uma
vez, a equipe conseguiu alcançar as quartas de final do NBB, mas com
aproveitamento melhor do que nos últimos anos – 15 vitórias e 13 derrotas. Nas
oitavas, a série foi mais dura. Foram cinco jogos contra a equipe de Limeira
para conquistar a classificação. Nas quartas, mais uma derrota para um futuro
vice-campeão. A série contra a equipe de Franca terminou em 3 a 0. O Murilo,
que poderia ajudar, acabou machucado, e ficou parte da temporada fora. Em
alguns jogos foi para o sacrifício.
![]() |
O pivô, Murilo, é destaque da equipe
de São José, e também
nas estatísticas gerais do NBB.
|
A
grande virada do São José começou nesta temporada. Algumas peças foram mexidas,
e a equipe ganhou ainda mais qualidade com a chegada de jogadores como o ala
Dedé, vindo de Franca, e do ala/pivô Jefferson, que chegou do Flamengo. No começo, parecia que
o time não ia engrenar. Foi apenas uma impressão passageira. O armador Fúlvio
se machucou, mas não foi problema. O jovem Ricardo Fischer assumiu com firmeza
a posição. Murilo (foto), recuperado, e inspiradíssimo, começou a disparar nas
estatísticas, e despontar como um dos principais – senão o principal – jogadores
do NBB. Com uma campanha quase impecável (apenas 5 derrotas ao longo do
campeonato), o time terminou a temporada regular na liderança.
Por
coincidência do destino, o adversário nos playoffs foi justamente Franca, o responsável pela eliminação no ano
anterior. Dessa vez a série foi 3 a 0 (sem dificuldades) para São José. E por
ironia ainda maior, o destaque da classificação joseense foi justamente o
Murilo. Perfeito nos arremessos de três pontos, ele brilhou na última partida.
Foi o cestinha com 29 pontos, e alcançou o duplo-duplo com 11 rebotes.
Com as
outras séries mais equilibradas, o São José foi o único a chegar entre os
quatro melhores da competição com um 3 a 0. São três jogos importantes, mas que
somados a campanha da equipe mostram uma hegemonia ainda maior na competição –
são 15 jogos sem perder. Nada que lembre aquelas 15 derrotas seguidas no
primeiro ano de competição. Esta é a segunda maior seqüência de vitórias na
história do NBB.
De
iniciante, a favorito ao título. De um time apavorado pelo fantasma das contusões,
para um elenco coeso, e com um jogador que faz uma temporada brilhante. Será
que, além de chegar entre os quatro melhores pela primeira vez, o São José
quebra neste ano um outro tabu? Esperemos as semifinais.
*Com informações da Liga Nacional de Basquete e da Federação Paulista de Basquete.
São José é um daqueles times que tem história no esporte, mas nunca conseguiu se firmar Realmente tem poucos titulos, mas sempre que entra em quadra o pessoal respeita, está na hora dessa equipe, ter voos mais altos!
ResponderExcluirAcho que tem tudo pra serem campeões!!
Vocês perceberam que só o Joinville dos times que jogaram as oitavas tem chances reais de ir pra semifinais?(Uberlandia não passa do flalixo, infelizmente)
Os outros estão muito ruins nas quartas...será que o nível é tão diferenciado assim?
Muito pelo contrário. Uberlândia está endurecendo bastante a série contra o Flamengo. O primeiro jogo, em Minas, teve duas prorrogações. O Flamengo ganhou. Depois o Uberlândia conseguiu vencer uma lá no Rio. Agora a série está empatada, vai para o quinto jogo. Eles podem até não passar, mas condições têm. A mesma coisa com o Joinville. Com Bauru e Franca (que é uma potência em decadência) não teve jeito... São José e Brasília eram favoritos mesmo. Mas as outras séries estão abertas.
ExcluirFinalmente o basquete esta produzindo novos historias e fomando publico. Espero que possamos ao longo dos anos ter um campeonato forte e utilizar o basquete com todo o potencial de espetaculo e cidadania que ele tem. Parabens ao são josé que manteve a equipe memso com resultados ruins no primeiro ano e hoje colhe frutos do investimento a longo prazo.
ResponderExcluirÉ isso aí. Eles têm história, mas fizeram certo na tentativa de reerguer o time. Que sirva de exemplo!
Excluir