Por Milena Antunes
De Mogi das Cruzes
Foram quase sete meses de
competição. Quinze equipes em busca do título do Novo Basquete Brasil (NBB),
mas apenas duas delas ainda têm a chance brigar pelo caneco sábado (02), às
10h00, no Ginásio Municipal “Professor Hugo Ramos”, em Mogi das Cruzes. O São
José/Unimed/Vinca, estreante em decisões, tenta acabar com a hegemonia do
Uniceub/BRB/Brasília, que busca o tricampeonato consecutivo. Dessa vez, o clima
é diferente. Ao contrário das edições anteriores, o campeão sairá de jogo único, sem chance para erros.
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Frente a frente: Murilo e Alex são indicados a melhor jogador da temporada |
Na
história do NBB, os dois finalistas já se enfrentaram oito vezes, sempre em
fases de classificação. Até a última temporada, Brasília tinha ampla vantagem.
Estava invicta no confronto com seis vitórias. Neste último ciclo, o domínio é
de São José, que venceu duas vezes – em casa, de forma tranquila, por 87 a 78, e fora, numa partida em que Brasília tirou 12
pontos de diferença, e foi derrotado apenas na prorrogação, por 83 a 82.
Histórico na temporada 2011/12
26/01 - Brasília 82 x 83 São José
13/12 - São José 87 x
78 Brasília
Estreante,
mas impecável (São José)
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Fúlvio e Murilo são os destaques do São José |
Além de tudo isso, o time ainda conta com a fase brilhante
de dois jogadores. O armador Fúlvio, e o pivô Murilo já se conhecem de longa
data. Jogaram juntos em Mogi das Cruzes, no início dos anos 2000, e formam
agora, em São José ,
uma dupla afiada. Nos playoffs, o armador soma 15,0 pontos por jogo e
lidera nas assistências, com 7,9. Já o pivô é o cestinha com 22,6 pontos
anotados por jogo, além de coletar 8,5 rebotes e distribuir 1,3 tocos.
Murilo é tido, quase pela unanimidade, como o melhor
jogador desta temporada do NBB. Ele já foi o MVP no Jogo das Estrelas, e é
forte candidato a levar o prêmio no total do campeonato. Nas estatísticas
gerais, ele é líder de 5 entre 9 fundamentos. O que poucos sabem, porém, é que
o queridinho do time de São José joga no sacrifício já há algum tempo.
Lesionado, ele não participa dos treinos, apenas joga. Mesmo assim é nítido que
tem feito muito bem a parte dele.
Campanha
Fase de classificação: 23 vitórias e 5 derrotas (1º colocado)
Quartas de Final:3 a 0 contra Franca
Semifinal:3 a 2 contra o Flamengo
Campanha
Fase de classificação: 23 vitórias e 5 derrotas (1º colocado)
Quartas de Final:
Semifinal:
O “papa” finais (Brasília)
Quatro finais, em quatro edições do NBB é um histórico de respeito. Ter conquistado o título nos últimos dois anos, gabarita ainda mais o time de Brasília para a decisão deste ano. Ao contrário de São José, o time da capital federal não tem feito uma temporada tão regular. Os resultados aparecem, é verdade, mas dentro de quadra o time sofreu em alguns momentos para encontrar seu melhor jogo. Classificado em terceiro lugar na temporada regular, Brasília cresceu na disputa dos playoffs. Fez uma série consistente contra Bauru, e teve frieza para bater o Pinheiros fora de casa em duas oportunidades, e conquistar a classificação para mais uma final. Frieza, aliás, pode ser a vantagem da equipe neste confronto. São José é um time de emoção, explosão, e terá a torcida a favor. Com a experiência dos jogadores de Brasília, manter a “cabeça fria” é a chance de equilibrar esse lado psicológico, para tentar impor o seu ritmo de jogo em quadra.
A filosofia do técnico José Carlos Vidal é manter uma defesa forte. Nas estatísticas gerais do campeonato essa característica do time de Brasília não transparece, mas na quadra, é assim mesmo que funciona. Nos playoffs, porém, é o ataque que tem feito a diferença. O time é o segundo que mais pontua nessa fase, com média de 85,7 pontos por jogo, atrás apenas do São José. A eficiência nas bolas de 3 pontos é parte fundamental desse sucesso ofensivo, com um aproveitamento de 37,2%. E se numa decisão o que faz a diferença são os detalhes, a equipe deve ficar atenta à quantidade de erros, principalmente nas saídas de bolaem velocidade. Por partida, são 14,4
desperdício de bola.
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Brasília é o atual bicampeão do NBB |
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Pivô Giovannoni foi o melhor jogador da final em 2010/11 |
Quatro finais, em quatro edições do NBB é um histórico de respeito. Ter conquistado o título nos últimos dois anos, gabarita ainda mais o time de Brasília para a decisão deste ano. Ao contrário de São José, o time da capital federal não tem feito uma temporada tão regular. Os resultados aparecem, é verdade, mas dentro de quadra o time sofreu em alguns momentos para encontrar seu melhor jogo. Classificado em terceiro lugar na temporada regular, Brasília cresceu na disputa dos playoffs. Fez uma série consistente contra Bauru, e teve frieza para bater o Pinheiros fora de casa em duas oportunidades, e conquistar a classificação para mais uma final. Frieza, aliás, pode ser a vantagem da equipe neste confronto. São José é um time de emoção, explosão, e terá a torcida a favor. Com a experiência dos jogadores de Brasília, manter a “cabeça fria” é a chance de equilibrar esse lado psicológico, para tentar impor o seu ritmo de jogo em quadra.
A filosofia do técnico José Carlos Vidal é manter uma defesa forte. Nas estatísticas gerais do campeonato essa característica do time de Brasília não transparece, mas na quadra, é assim mesmo que funciona. Nos playoffs, porém, é o ataque que tem feito a diferença. O time é o segundo que mais pontua nessa fase, com média de 85,7 pontos por jogo, atrás apenas do São José. A eficiência nas bolas de 3 pontos é parte fundamental desse sucesso ofensivo, com um aproveitamento de 37,2%. E se numa decisão o que faz a diferença são os detalhes, a equipe deve ficar atenta à quantidade de erros, principalmente nas saídas de bola
Se de
um lado tem Fúlvio e Murilo, em Brasília tem um trio bicampeão que, inspirado,
sempre dá muito trabalho. Alex, Nezinho e Giovannoni são responsáveis por 49,5
pontos por jogo na fase de mata-matas, 57% do total da equipe. Individualmente,
o ala/armador, Alex, é o cara que pode desequilibrar. Se o jogo está difícil,
ele é o típico jogador que chama a jogada, marca o ponto, sofre a falta, e
ainda converte os lances-livres.
Campanha
Primeira fase: 21 vitórias e 7 derrotas (3º colocado)
Quartas de Final:3 a 0 contra Bauru
Semifinal:3 a 2 contra o Pinheiros
Campanha
Primeira fase: 21 vitórias e 7 derrotas (3º colocado)
Quartas de Final:
Semifinal:
O fator torcida
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São José tem a maior média de público da temporada |
A Liga Nacional de Basquete (LNB) não divulgou os números
dos playoffs, mas pelo que se pode observar, a média deve ter sido ainda mais
alta. No último confronto entre São José e Flamengo, no Vale do Paraíba,
durante as semifinais, a fila para o jogo que começaria às 18h00 começou a se
formar antes das 08h30.
Campo neutro?
Por ter a melhor campanha na primeira fase do NBB, São
José teve o direito de escolher o ginásio onde seria disputada a final. Diante
de uma lista que incluía espaços como o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo , os mandantes
pediram por Mogi. A cidade é próxima de São José, o que facilita a cinda da
torcida, mas tem também uma ligação “sentimental”.
A dupla de maior destaque da equipe joseense marcou o nome
da história do basquete de Mogi das Cruzes no passado. Jogando pelo
Corinthians/Mogi, Murilo e Fúlvio já mostravam talento, e disputaram partidas
eletrizantes que ficaram na memória do torcedor. Mais do que isso, Fúlvio criou
raízes na cidade. É casado com uma mogiana, e quase sempre aparece pela cidade
nos momentos de folga. A torcida da cidade, que já incentivou o São José contra
Limeira durante a final dos Jogos Abertos, disputados em Mogi das Cruzes, no
ano passado, engrossará o coro também na final do NBB.
Além dos jogadores, quem tem vínculo ainda mais forte com
a cidade é o técnico Régis Marrelli. Ele é nascido em Mogi, e poderá ganhar o
primeiro título do NBB de sua carreira em casa. Além de “cidadão” mogiano, Régis foi também
auxiliar técnico no basquete da cidade na mesma época em que Murilo e Fúlvio
jogavam por lá.
Alírio
O pivô Alírio, do Brasília, é o único que pode dividir a
atenção do público de Mogi das Cruzes. Ele foi da mesma geração do trio
joseense em Mogi e, por isso, é também será lembrado pelo torcedor.
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